Comentário sobre um texto referindo a política de austeridade do Bloco Central, que diz: "Em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional. Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o país".
É verdade. Eu próprio participei e segui o processo, de que sou testemunha. E apesar de ter responsabilidades políticas, também critiquei alguns aspetos de certas medidas do Ministro das Finanças. Mas manda a verade e arazao que se diga que
, para governar, para aceitar ser Primeiro-Ministro, Mario Soares exigiu um governo de ampla coligação e forte apoio parlamentar que nunca tremeu por causa das medidas económico-financeiras (apenas houve forte polémica colegacional sobre o aborto e acerca da amnistia das FP25 de abril); acontece ainda que o seu Ministro das Finanças, o católico Hernani Lopes, nao renegou as Encíclicas Sociais do Papado e nao aceitou os excessos pretendidos pelo FMI; era um verdadeiro social-democrata; nao era um ultraliberal, nunca pondo em causa os princípios e conquistas do Estado Social e as medidas foram concebidas - e cumpridas- por um ano, fazendo-se correções sem insistir em medidas ineficazes, etc.... e nunca avançou com total desprezo da Constituição e direitos subjetivo, apenas por uma vez tendo tomado uma medida anticonstitucionalmente (uma certa retroatividade de um imposto).
